Após o colapso da indústria de games no início dos anos 1980, como todos sabem,
a Nintendo apareceu com o seu Family Computer.
Conhecido no ocidente por NES (Nintendo Entertainment System)
e no Brasil mais famoso como Nintendinho. O videogame marcou o início do monopólio
da Nintendo. No mercado, marcou uma geração e consolidou clássicos
como Mega Man, Excite Bike, Final Fantasy, Duck Hunt, entre outros.
O console também consolidou as franquias: Mario, Zelda e Metroid,
que até hoje são poços de lucro para a Big N.
E não mais famoso que o próprio console e os games, são seus periféricos!
O NES foi o paraíso dos periféricos. Para quem não sabe,
periféricos são acessórios que são vendidos separadamente para o console,
e que aumentam significativamente seu potencial. Saíram alguns,
que foram incrivelmente populares como a Zapper, que era aquela "arminha"
para jogar Duck Hunt. Bom, pelo menos lá nos Estados Unidos,
já que o querido console 8-bits não chegou às prateleiras brasileiras oficialmente.
O acessório era comercializado em três pacotes: o Basic Set,
que nada mais era do que apenas o console e um controle e custava por volta de 90 dólares.
O Action Set, que custava por volta de 150 dólares e vinha com dois controles, a Zapper,
e um cartucho dois em um com Mario e Duck Hunt. Apenas esses dois pacotes eram os mais comuns.
No entanto, ainda tinha mais um: o famigerado Deluxe Set.
Esse set custava entre 250 dólares e era composto de: um console, dois controles,
dois jogos (Gyromite e Duck Hunt), a pistola Zapper, e... um robô, cuja proposta era jogar,
ao seu lado, diversos games. Mas como veremos, não foi bem assim na prática.
Conheça: R.O.B, o pequeno robô da Nintendo.
Funcionalidades
Games
Problemas
Legado
R.O.B. foi lançado juntamente com o Nintendinho em 18 de Outubro de 1985.
Seu nome é uma abreviação deRobotic Operating Buddy
(em português, amigo operado roboticamente, numa tradução literal).
O robô tinha cerca de 24 cm de altura, e variava de cores. No Japão,
possuía a cor vermelha e branca. Nos EUA, o robô era acinzentado.
Inclusive, a versão japonesa chegou em 1983, juntamente com o console por lá.
O simpático robozinho funcionava de uma maneira similar à pistola Zapper.
Porém, de forma mais complexa. O periférico possuía uma arquitetura muito bem bolada:
seu corpo era trespassado por uma "espinha", que permitia que ele se movimentasse em
diversas direções. Em sua base, ficava suas pilhas (ele era movido por incríveis 6 pilhas!).
Seus braços tinham dobras e mecanismos de garra para pegar objetos.
E por fim, era na cabeçado robô que a mágica acontecia.
Equipada com um sensor de luz, que era utilizado para captar um flash emitido pela televisão.
Dependendo de qual fosse a frequência, o periférico articularia um de seus seis comandos.
Basicamente, toda vez que o jogador efetuasse uma ação no jogo
que precisasse da assistência de R.O.B., a TV emitiria um flash de luz para que o
robô interpretasse. A pistola do Nintendinho fazia a mesma coisa: ao disparar,
seu televisor emitia um flash de luz que era captado pelo sensor da arma demarcando
onde o "disparo" acertou. E é apenas por isso, que esse mecanismo só funciona
em televisores de tubo. Portanto, não tente usar este recurso retrô em
sua televisão de LED ou LCD.
R.O.B. podia realizar diversos movimentos complexos para aquela época, como rodar seu tronco em torno de si mesmo
Games
"Opa, espera um minuto... como os outros games faziam para emitir esses flashes?"
- você deve estar se perguntando. E é aqui que surge o problema do periférico!
R.O.B. foi compatível apenas com dois jogos: Gyromitee Stack Up.
E esse foi um dos principais motivos pelo periférico ter fracassado.
Mas vamos falar disso com mais detalhes já, já.
Gyromite talvez tenha sido o jogo mais "famoso" que utilizava o R.O.B.
Neste jogo, entramos na pele de Hector, um cientista que teve seu
laboratório invadido por monstros (nossa, odeio quando isso acontece).
O objetivo do jogo era coletar o máximo de dinamites possíveis
para detonar um determinado local. Mas infelizmente, muitas localizações estão trancadas em
salas que tem portas coloridas. E é aqui, que nosso robozinho entra!
Neste momento, era importante montar R.O.B. e deixar ele em uma base.
Nesta base, existia um suporte para o controle 2. O jogador 1,
apertava o botão Start em seu controle, e tomava do coleguinha robótico que
então deveria movimentá-lo, para que pegasse uma espécie de pião.
O robô girava o pião e só então, o jogador o posicionava em cima de uma das alavancas
que abririam a porta. Se fosse azul, o jogador deveria colocar o pião na alavanca azul.
Se fosse vermelha, o pião deveria ser colocado na alavanca vermelha.
Estas alavancas estavam diretamente ligadas ao suporte de controle.
E sabe quanto tempo isso demorava? Quase o dobro do que você levou
parar ler esse trecho todo, com certeza. Dê uma olhada no R.O.B. em ação, logo abaixo:
Stack Up, era o segundo titulo para o acessório.
Porém, o jogo já chegou com problemas por ser evidentemente mais caro.
Isso aconteceu por que junto com o game, vinha peças especificas
que R.O.B. tinha que utilizar. Ou seja, os piões e suportes do título anterior
não funcionavam aqui. Agora, o jogador tinha alguns suportes e peças coloridas.
Em Stack Up ainda temos o doutor Hector, que agora pula em plataformas.
Cada vez que o doutor pula em uma plataforma, um flash de uma cor diferente é acionado,
que vai montando uma sequência de cores. Cabe ao R.O.B.
pegar as peças coloridas e empilhá-las da maneira que o jogo pede.
O jogo ainda vinha com um modo bingo. E sim, você jogava bingo com o R.O.B.
R.O.B. com o suporte de Stack Up e suas respectivas peças (versão japonesa)
Problemas
O maior problema deste periférico pode ter sido por que muitas pessoas
compravam a versão deluxe, esperando que R.O.B. fosse compatível com
todos os outros games do Nintendinho. E mesmo que a empresa tivesse
se certificado e tivesse escrito, em letras garrafais, no manual, quais jogos eram compatíveis.
Mas imagine você, a reação de uma criança de 6 anos, que acabou de ganhar um videogame,
com um robô. A criança, por acaso, vai ler o manual?
Isso pode ter sido um dos motivos que acarretou uma terrível baixa nas vendas
do console para a versão deluxe.
Outro problema era que R.O.B. fora considerado um acessório barulhento e incômodo.
Para executar uma ação, em um dos títulos compatíveis,
nosso amiguinho demorava cerca de 2 minutos 20 segundos! Isso se deve, claro,
à tecnologia arcaica daquela época, que não permitia uma movimentação mais fluída.
Se formos olhar mais de perto, os mecanismos de movimento do R.O.B.
se assemelham muito as engrenagens de carrinhos de brinquedo
(aqueles que você puxa pra trás para ganhar impulso).
Conforme já mencionado acima, o periférico ganhou apenas dois jogos.
Sabendo que a mecânica não iria pra frente, a Nintendo simplesmente jogou o
acessória para de baixo dos tapetes. Mas só por algum tempo.
Legado
Após alguns anos de esquecimento, R.O.B. fez algumas aparições no games da Nintendo. Mostrando que, mesmo que não tenha sido um sucesso comercial, a empresa nunca se esqueceu dele. Nosso robozinho fez algumas aparições posteriormente em Kirby´s Dream Land 3, StarTropics, WarioWare, F-zero e Viewtifull Joe!
As três aparições mais marcantes do estimado robô foram em Super Mario Kart DS, como personagem jogável, e em Super Smash Bros. Brawl e Super Smash Bros. for Wii U/3DS. Rob também ganhou uma série de joguinhos, menos famosos.
Em Super Smash Bros. Brawl, R.O.B. fez sua estreia como personagem jogável e tendo uma importância alta na trama da história, chamada Subspace Emissary. Na tal trama, Ganondorf, Bowser e outros vilões em conjunto com Tabuu (chefe do jogo) usam um exercito de R.O.B.s para armar bombas que criariam buracos negros, e aprisionando os mundos em que eram ativadas. Quem comandava este exército era uma personalidade conhecida como Ancient Minister, que passou a sentir culpa, ao ver os ROBs sendo usados como armas. Próximo ao desfecho, o Ministro revela ser um R.O.B. e é quando o personagem se torna jogável.
Na franquia de luta, R.O.B. é retratado de uma maneira muito curiosa, tendo rodas embutidas à sua base, que também pode se tornar um propulsor de foguete! Seus olhos podem disparar lasers. Seus piões são projéteis ameaçadores. O robô também pode girar em velocidades altas e tem uma força incrível.
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